O fotógrafo Tiago Santana é natural de Crato, município localizado no interior do Ceará, vizinho a Juazeiro do Norte. E foi em meio a esse universo de religiosidade, muito em função da romaria do Padre Cícero, que Santana iniciou o seu envolvimento com a fotografia. “Por conviver com esse universo visualmente tão forte”, explica o fotógrafo. “Porque lá, realmente, para quem não conhece, é um celeiro de cultura popular, arte popular, de grupos folclóricos. Sem falar na questão da religiosidade, das romarias em si. É uma coisa muito rica, e isso influenciou muito na minha infância”.
Essa imagem caracteriza bem a liberdade de quem viveu a infância em alguma cidade do interior do Ceará. Os banhos de açude e rio são uma grande diversão para as crianças com poucos recursos financeiros.
A fotografia da casa retrata a vida humilde do cearense, que apesar de todas as dificuldades, não deixa de ter fé em Deus, como podemos ver a imagem de nossa Senhora na parede que para ele serve como um amuleto.
No interior do Ceará, as senhoras donas de casa lavam a roupa no rio, muitas vezes por não ter água encanada em sua residência. muitas cantarolam, conversam e se divertem enquanto trabalham.
Esta foto mostra a imagem de um menino do interior, cujo semblante deixa transparecer uma certa tristeza e sofrimento, talvez pela vida difícil e sofrida.
Márcia Oliveira, a escolha das fotografias seguiu um critério de enquadramento muito interessante.
ResponderExcluirMarcos Vieira
Aula de Vôo
ResponderExcluirO conhecimento
caminha lento feito lagarta.
Primeiro não sabe que sabe
e voraz contenta-se com cotidiano orvalho
deixado nas folhas vividas das manhãs.
Depois pensa que sabe
e se fecha em si mesmo:
faz muralhas,
cava Trincheiras,
ergue barricadas.
Defendendo o que pensa saber
levanta certeza na forma de muro,
orgulha-se de seu casulo.
Até que maduro
explode em vôos
rindo do tempo que imagina saber
ou guardava preso o que sabia.
Voa alto sua ousadia
reconhecendo o suor dos séculos
no orvalho de cada dia.
Mas o vôo mais belo
descobre um dia não ser eterno.
É tempo de acasalar:
voltar à terra com seus ovos
à espera de novas e prosaicas lagartas.
O conhecimento é assim:
ri de si mesmo
E de suas certezas.
É meta de forma
metamorfose
movimento
fluir do tempo
que tanto cria como arrasa
a nos mostrar que para o vôo
é preciso tanto o casulo
como a asa
Mauro Iasi