segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Tiago Santana

O fotógrafo Tiago Santana é natural de Crato, município localizado no interior do Ceará, vizinho a Juazeiro do Norte. E foi em meio a esse universo de religiosidade, muito em função da romaria do Padre Cícero, que Santana iniciou o seu envolvimento com a fotografia. “Por conviver com esse universo visualmente tão forte”, explica o fotógrafo. “Porque lá, realmente, para quem não conhece, é um celeiro de cultura popular, arte popular, de grupos folclóricos. Sem falar na questão da religiosidade, das romarias em si. É uma coisa muito rica, e isso influenciou muito na minha infância”.



Essa imagem caracteriza bem a liberdade de quem viveu a infância em alguma cidade do interior do Ceará. Os banhos de açude e rio são uma grande diversão para as crianças com poucos recursos financeiros.



A fotografia da casa retrata a vida humilde do cearense, que apesar de todas as dificuldades, não deixa de ter fé em Deus, como podemos ver a imagem de nossa Senhora na parede que para ele serve como um amuleto.



No interior do Ceará, as senhoras donas de casa lavam a roupa no rio, muitas vezes por não ter água encanada em sua residência. muitas cantarolam, conversam e se divertem enquanto trabalham.


Esta foto mostra a imagem de um menino do interior, cujo semblante deixa transparecer uma certa tristeza e sofrimento, talvez pela vida difícil e sofrida.



A fé está bem caracterizada aqui, onde a idolatria do povo nordestino é mostrada exatamente como é. Mesmo que a imagem nos mostre apenas a mão do devoto, podemos sentir a sua devoção ao santo retratado.









2 comentários:

  1. Márcia Oliveira, a escolha das fotografias seguiu um critério de enquadramento muito interessante.
    Marcos Vieira

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  2. Aula de Vôo



    O conhecimento

    caminha lento feito lagarta.

    Primeiro não sabe que sabe

    e voraz contenta-se com cotidiano orvalho

    deixado nas folhas vividas das manhãs.



    Depois pensa que sabe

    e se fecha em si mesmo:

    faz muralhas,

    cava Trincheiras,

    ergue barricadas.

    Defendendo o que pensa saber

    levanta certeza na forma de muro,

    orgulha-se de seu casulo.



    Até que maduro

    explode em vôos

    rindo do tempo que imagina saber

    ou guardava preso o que sabia.

    Voa alto sua ousadia

    reconhecendo o suor dos séculos

    no orvalho de cada dia.



    Mas o vôo mais belo

    descobre um dia não ser eterno.

    É tempo de acasalar:

    voltar à terra com seus ovos

    à espera de novas e prosaicas lagartas.



    O conhecimento é assim:

    ri de si mesmo
    E de suas certezas.

    É meta de forma

    metamorfose

    movimento

    fluir do tempo

    que tanto cria como arrasa



    a nos mostrar que para o vôo

    é preciso tanto o casulo

    como a asa





    Mauro Iasi

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